quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Escritores

Armindo José Rodrigues (1904 –1993) foi um médico, tradutor e poeta português do movimento neo-realista português. Colaborou nas revistas Colóquio-Letras, Seara Nova e Vértice e nos jornais O Diabo e Notícias do Bloqueio.
Foi preso diversas vezes durante o salazarismo devido às suas ideias políticas contrárias ao regime. Antifascista, participou nas campanhas eleitorais de Arlindo Vicente e de Norton de Matos, nos anos 1945, 1949 e 1958, e fez parte do Movimento de Unidade Democrática (MUD).
Foi um dos fundadores do PEN Club Português, juntamente com outros escritores portugueses de renome, tendo sido nomeado vogal, e fez traduções de autores como André Malraux, Alain-Fournier, Mikhail Cholokov e Oscar Wilde.
Armindo Rodrigues deixou obra de vulto, mas a sua poesia é pouco conhecida, o que é uma perda, dada a profundidade do seu pensamento. Vale a pena lê-lo. Eis um poema seu:
RUMO
Ergue-se
do mundo
em mim o que sou.
Estou talvez só.
Mas com decisão
na dor o aceito.

Que importa o rumo
por que sigo
ser imperfeito?

Exacto e duro,
tudo procuro
compreender.
Pensar é ir.
Ir é ser.

in A Esperança Desesperada

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